Em um final dramático, Jamie Green (Mercedes-Benz) conseguiu levar a vitória na quinta etapa da temporada do DTM 2012.

A quinta rodada do DTM, disputada neste domingo (1/07) em Norisring, o único circuito de rua da temporada, terminou de forma estrondosa e imprópria para cardíacos. Com sua Mercedes AMG DTM C Coupé, o piloto britânico Jamie Green coroou sua vitória primeira na temporada com uma grande prova de recuperação e mostrando que soube dominar as condições climáticas que mudavam constantemente: Restavam apenas três voltas para o final da corrida e Green era terceiro, atrás das duas BMW do canadense Bruno Spengler e do atual campeão, Martin Tomczyk. Andando cerca de um segundo por volta mais rápido que os dois ponteiros, Green conseguiu colar na traseira de Spengler e tomar a segunda posição na freada da curva Dutzendteichkehre.

Green não aliviou e, na volta final, a Mercedes AMG DTM C-Coupé do britânico estava colada na BMW M3 DTM do líder Martin Tomczyk. Novamente na Dutzendteichkehre, Green colocou seu carro por dentro, freou depois, ralou toda a lateral da BMW de Tomczyc, que não aliviou, mas conseguiu sair da curva na ponta e cruzou a linha de chegada como vencedor.

Bruno Spengler ficou com o terceiro em Norisring com sua BMW M3 DTM. Gary Paffett e David Coulthard (ambos com Mercedes-Benz) vieram logo atrás e Mike Rockenfeller terminou como o melhor piloto da Audi, no sexto lugar.

Para o empregador de Green, a Mercedes-Benz, esta foi a décima vitória consecutiva em Norisring. "Estou muito orgulhoso do meu sucesso. A corrida foi difícil, mas eu me senti muito bem no carro. Nas últimas dez voltas, meus pneus tinham uma aderência enorme, o que me permitiu vencer", disse Green, que demonstrava sua felicidade.

Martin Tomczyk, que recebeu a bandeirada na segunda posição, a apenas 0,687 de Green, disse após a corrida: “É muito chato quando você lidera a corrida por 75 voltas, mas mesmo assim não ganha. Mas comigo e o Bruno, havia dois pilotos da BMW no pódio, o que prova uma grande performance da marca”, justificou Tomczyk, lembrando que seu companheiro de BMW, o piloto Bruno Spengler, completou o pódio de Norisring, terminando a corrida em terceiro.

Líder na tabela de pontos, Gary Paffett (Mercedes-Benz) chegou na prova “em casa” em um impressionante quarto lugar. Já na primeira volta as condições meteorológicas adversas motivaram uma colisão em massa, em qual vários carros acabaram ficando parados na pista, incluindo o do britânico (veja o vídeo no final deste artigo). O piloto de 31 anos caiu para o 20º lugar, mas com paradas estrategicamente bem planejadas e um trabalho de pit impecável, Paffett foi capaz de fazer o seu caminho de volta ao grupo de liderança, para terminar a prova em quarto.

Depois de completadas cinco das dez rodadas da temporada, Gary Paffett permanece na liderança do campeonato com 95 pontos. Jamie Green é o vice-líder com 69 pontos e Bruno Spengler o terceiro na tabela, com 58 pontos.

Companheiro de Paffett na Mercedes-Benz, David Coulthard também teve motivos para comemorar. Com a quinta posição, o escocês alcançou seu melhor resultado até agora no DTM. O alemão Mike Rockenfeller foi sexto e terminou a prova como o piloto da Audi melhor colocado na corrida do DTM no único circuito de rua da categoria. “Eu larguei em décimo primeiro, portanto, um sexto lugar no final não é tão ruim. A DTM é difícil e você tem que levar do jeito que der”, disse o piloto de 28 anos de idade.

O brasileiro Augusto Farfus (Castrol Edge BMW M3 DTM) e o sueco Mattias Ekström (Audi), que tinham largado nas terceira e quarta posições do grid, respectivamente, ficaram decepcionados. Ambos também acabaram envolvidos no múltiplo acidente logo após a largada. Ekström ainda conseguiu levar seu carro aos boxes, mas não teve como voltar à corrida. Farfus prosseguiu e ainda tentou continuar na corrida, mas os danos comprometeram muito seu carro e Augusto teve que desistir na volta 16. Ralf Schumacher (Mercedes-Benz) foi outro que não conseguiu terminar a corrida, com problemas técnicos o alemão abandonou na volta 46.

“Não demora muito para contar a história da minha corrida. Alguns caras, obviamente, pensam que eles podem vencer uma corrida do DTM diretamente na primeira curva. Uma das vítimas foi o meu Audi que ficou muito danificado para que eu pudesse continuar na corrida”, esclareceu Mattias Ekström, fora da prova em razão da pancadaria da primeira volta.

“Esse foi, sem dúvida, o pior fim de semana que já tive no DTM. Eu larguei da ultima fila do grid, mas tive um bom inicio de prova. Eu não conseguia ver nada andando no spray e no trafego, por sua vez, acabei tendo um contato com o carro que seguia na minha frente. Com isso perdi alguns componentes aerodinâmicos e o carro, depois disso, ficou muito ruim. Foi difícil terminar a corrida dessa maneira”, esclareceu Timo Scheider, 16º na prova, com o Audi A5 Auto Test DTM

Com cara de santinho inocente, Adrien Tambay contou seu lado da história: "Foi uma corrida repleta de acontecimentos. Consegui dar uma boa largada e fazer uma boa primeira volta. Eu estava correndo na sétima posição, mas em seguida, fui atingido, com meu carro ficando avariado pelo incidente. Mais tarde, Merhi me fez rodar com outro toque, o que me custou muito tempo. Logo em seguida, eu, infelizmente, toquei no carro de Susie (Wolff) durante a ultrapassagem que fazia sobre ela e, por isso, recebi como punição um drive-through. Minha velocidade nas últimas voltas era boa e já estou ansioso para a próxima corrida”.

Chefe de motorsports da Mercedes-Benz, Norbert Haug estavaexultante com o final surpreendente: “Este não foi um final para as pessoas com nervos fracos, um verdadeiro ‘thriller’. Jamie tem feito um trabalho realmente bom e eu sabia que ele era muito rápido, pelo que eu já estava aguardando uma vitória. A décima vitória seguida em Norisring me deixa muito feliz e orgulhoso, no entanto, continuamos com os pés no chão e não vamos começar a pensar que somos imbatíveis aqui. Também estou feliz por Gary que chegou nesta prova em casa em quarto lugar, apesar do acidente logo após a largada”.

“Claro que, para mim, foi uma montanha-russa emocional. Perdemos aquele 1-2 que parecia certo antes do final da corrida, o que é chato, mas colocamos quatro carros entre os dez primeiros, dois dos quais no pódio. E este é um enorme sucesso para a BMW, pelo que estou mais do que feliz. Já estou ansioso para a próxima etapa em Munique, pois o estádio está dentro de uma área de visibilidade da nossa sede”, contou Jens Marquardt, Diretor da BMW Motorsport.

“Hoje, o dia foi mais do que decepcionante. Para nós, a corrida foi basicamente um excesso na primeira curva, após 'Eki' ser empurrado para cima do carro na frente dele e quase todos os nossos carros estarem envolvidos no tumulto. Mike Rockenfeller conseguiu passar incólume pelo canto, mas ele acabou perdendo muito tempo no primeiro pit stop”, lamentou Dr. Wolfgang Ullrich, chefe de motorsport da Audi.

Confira a corrida em detalhes

A prova programada para 82 voltas no circuito de Norisring, nas ruas de Nurenberg, começou com temperatura do ar de 20° C e temperatura do asfalto marcando 23,5° C, mas a chuva intensa determinou a realização de duas voltas de formação.

Autorizada a largada, Paffett manteve a ponta, seguido por Green e, embolados lado a lado, Farfus, Prieux, Bruno Spengler e Mattias Ekström. Na freada do “hair-pin”, Green deu um leve toque na traseira do carro de Paffett, que rodou e ficou de frente para o restante do pelotão. Vários carros colidem e Farfus fica preso atrás de Paffett, deixando a pista parcialmente bloqueada. Enquanto entra o Safety Car, Ekström vai para os pits e abandona.

Ao final da primeira passagem, Shumacher é o líder, seguido por Tomczyk, Spengler, Green, Vietoris, Priaulx, Tambay e Rockenfeller. Três voltas depois Coulthard alcança Rockenfeller e é agora oitavo, enquanto Tomczyk atacava Schumacher, buscando a liderança.

Na quinta volta Tambay quase rodou na freada do “hair-pin” Dutzendteich e Rockenfeller e Coulthard tomaram a posição do filho de Patrick Tambay, ex-piloto da F1, mas duas voltas depois Tambay consegui dar o troco e voltar ao sétimo posto. A BMW de Joey Hand aparecia fechando os dez primeiros. Porém não er mesmo o dia de Tambay, que na oitava volta acabou batendo com o espanhol Roberto Merhi na Dutzendteich e Tambay rodou na pista.

A melhor bataha da corridana décima passagem era entre Timo Scheider e Miguel Molina, que trocavam farpas pela décima primeira posição. O português Filipe Albuquerque vinha logo atrás, com um olho no peixe, outro no gato. Gary Paffett fazia uma prova de recuperação e combatia com Edoardo Mortara pela P15.

Na décima terceira volta de corrida, Ralf Schumacher mantinha a liderança, trazendo na seqüência Tomczyk, Spengler, Green, Vietoris, Rockenfeller, Coulthard, Wickens, Priaulx, Hand, Merhi, Albuquerque, Molina, Scheider e Paffett. Na seguinte Roberto Merhi recebeu a bandeira de advertência, por causar uma colisão evitável. Paffett ultrapassou Scheider e era então o P14, seguindo o ditado que “de grão em grão”...

Mais uma volta e Augusto Farfus foi para os boxes, abandonando a corrida com problemas em seu carro, decorrentes da “panca” logo após a largada. Na 17ª volta Schumacher quase passou reto na Dutzendteich e caiu para o quarto lugar. Tomczyk assumiu a liderança, com Spengler, Green e Schumacher próximos.

A corrida entrou em sua fase “morna” e a única mudança occoreu na vigésima volta, quando Paffett ultrapassou Molina e é assumiu a P13. Mas Tambay estava disposto a manter todo mundo “acordado” e na volta seguinte acertou em cheio a “Merça” de Susie Wolff, na curva Grundig. Fim de prova para a piloto britânica, que até o final do ano passado era conhecida por seu nome de solteira Susie Stoddart e após casar com Toto Wolff, acionista da equipe Williams de F1, “misteriosamente” foi escolhida para ser piloto de testes da casa de Groove...

Na volta 23 Paffett atacou Merhi, que não deu combate e deixou passar e assumir a P12. Adrien Tambay levou de brinde um drive-through “Maria da Penha”, por conta da delicadeza com Susie Sttodart e esquecer que até no automobilismo não se pode bater em mulher. Logo em seguida Hand foi para os boxes. Na seguinte Tambay entrou para cumprir sua penalidade e mais uma volta foi a vez de Timo Scheider ir para os boxes.

Na volta 29 Green encostou na BMW Bank M3 DTM de Bruno Spengler, o segundo colocado na prova, pouco antes de Vietoris e Mortara irem para os boxes. Na lap 31 foi a vez de Albuquerque e Merhi irem para os boxes. Paffett atacava Priaulx e ambos acabaram se enroscando na curva Grundig, mas, aparentemente sem problemas, conseguiram continuar.

Volta 32 e Green, Wickens e Molina entraram para o pit stop. Green teve problemas ao errar seu box e acabou perdendo tempo. Duas passagens depois Tambay entrou para sua parada de box, acompanhado por Mike Rockenfeller. Na seguinte (volta 35) foi a vez de Tomczyk e David Coulthard.

A paradas obrigatórias movimentavam a corrida e na volta 36 era a vez de Bruno Spengler fazer sua parada, mas as atenções do publico foram voltadas para Mortara e Merhi, que bateram na Grundig, mas conseguiram prosseguir adiante. Duas voltas depois o “Race Control” determinou que Mortara e Merhi trocassem de posição por conta do “entrevero”. Andy Priaulx finalmente foi para os boxes.

Na volta 39 outro acidente. Desta vez entre Merhi e (adivinhem?) Adrien Tambay, que se enroscaram no “S” Schöller. Alguém devia presentear o açodado francês com um vidrinho de Maracujina...

Mais uma volta e Hand e Merhi se estranharam na Grundig. Entre tapas e beijos, Hand conseguiu ultrapassar o espanhol na freada para a Dutzendteich. Schumacher foi para os boxes e na 41 Mortara também entrou, só que para abandonar a corrida.

Na volta 44 Coulthard perdeu o sétimo posto para o candense Robert Wickens, ao espalhar na freada da Grundig. Logo depois Schumacher aparece lento, com aparentes problemas elétricos, tentando levar o carro para os boxes, mas abandona no final da volta.

Na volta 47 foi Werner quem entrou para os boxes, seguido por Hand na volta 51, Green e Albuquerque na 53, com Paffett e Tomczyk entrando na 57. Paffett volta ao “field” logo atrás de Vietoris e passa a atacar o alemão, conseguin superá-lo na 59ª passagem, na reta principal do circuito. Na seqüência, Vietoris, Wickens, Molina entram para os boxes e Vietoris sai “calçando” pneus slick.

Já estávamos no ultimo terço de corrida e na segunda “janela” de pit stops. Era a volta 60 e Coulthard, Werner e Tambay foram juntos para os boxes. Na passagem seguinte Paffett e Merhi e na 62, Spengler, Rockenfeller e Priaulx. Spengler volta na passagem 63, colado no carro de Tomczyk.

A ordem na volta 64, após o pit stops, era: Tomczyk na ponta, seguido de Spengler, Green, Paffett, Vietoris, Coulthard, Rockenfeller, Priaulx, Wickens e Werner, na décima posição. Na volta subseqüente Molina e Scheider colidem na Dutzendteich, com Scheider rodando espetacularmente na pista. Nesse meio tempo, Coulthard ultrapassou Vietoris e assumiu o quinto posto da corrida.

Por conta do acidente com Scheider, na volta 66 surgiu o informe que Molina estava sob investigação. Faltavam menos de dez minutos para o final da corrida da quinta etapa do DTM.

De pé embaixo, Green estava conseguindo aproximar-se de Spengler e Tomczyk, com Green andando cerca de um segundo por volta mais rápido que os pilotos da BMW. Na volta 76, restando apenas duas para a checkered flag, Green colou na traseira do carro de Spengler, que deixou para frear muito tarde na Dutzendteich, entregando de bandeja a segunda posição para o britânico da Mercedes.

Green partiu para o ataque sobre Tomczyk e na ultima volta de corrida, Green conseguiu ultrapassar Tomczyk, também na freada da Dutzendteich, para receber a bandeira quadriculada como vencedor. Em segundo completou Tomczyk, Spengler ficou com o terceiro, Paffett com a P4, Coulthard foi o quinto, Rockenfeller o sexto, Priaulx o setimo, Vietoris oitavo, Wickens o nono e Werner fechou o top ten (confira no final o vídeo da emocionante chegada).

Confira o resultado da DTM em Norisring:

1.- #5 Jamie Green (GBR) Mercedes AMG C-Coupé, com 78 voltas em 1h15m00s005
2.- # 1 Martin Tomczyk (DEU) BMW M Performance Zubehör M3 DTM, a 00s687
3.- # 7 Bruno Spengler (CAN) BMW Bank M3 DTM, a 02s335
4.- # 11 Gary Paffett (GBR) Thomas Sabo Mercedes AMG C-Coupé, a 14s666
5.- # 19 David Coulthard (GBR) DHL Paket Mercedes AMG C-Coupé, a 36s861
6.- # 9 Mike Rockenfeller (DEU) Schaeffler Audi A5 DTM, a 37s062
7.- # 15 Andy Priaulx (GBR) Crowne Plaza Hotels BMW M3 DTM, a 44s529
8.- # 12 Christian Vietoris (DEU) Mercedes-Benz Bank AMG C-Coupé, a 46a236
9.- # 20 Robert Wickens (CAN) stern Mercedes AMG C-Coupé, a 49s254
10.- # 8 Dirk Werner (DEU) E-Postbrief BMW M3 DTM, a 49s301
11.- # 22 Filipe Albuquerque (PRT) TV Movie Audi A5 DTM, a 1 volta
12.- # 10 Miguel Molina (ESP) Red Bull Audi A5 DTM, a 1 volta
13.- # 23 Roberto Merhi (ESP) Junge Sterne Mercedes AMG C-Coupé, a 1 volta
14.- # 2 Joey Hand (USA) SAMSUNG BMW M3 DTM, a 1 volta
15.- # Adrien Tambay (FRA) Audi ultra A5 DTM, a 2 voltas
16.- # 4 Timo Scheider (DEU) Auto Test Audi A5 DTM, a 2 voltas
17.- # 17 Rahel Frey (CHE) E-Postbrief Audi A5 DTM, a 3 voltas
Não Classificaram
#6 Ralf Schumacher (DEU) Mercedes AMG C-Coupé, a 33 voltas
#21 Edoardo Mortara (ITA) Playboy Audi A5 DTM, a 37 voltas
#24 Susie Wolff (GBR) TV Spielfilm Mercedes AMG C-Coupé, a 58 voltas
#16 Augusto Farfus (BRA) Castrol Edge BMW M3 DTM, a 63 voltas
#3 Mattias Ekström (SWE) Red Bull Audi A5 DTM, a 77 voltas
Volta mais rápida: Jamie Green, com 54s451 (media 152.063 km/h) na volta 72

Massacre na largada do DTM em Norisring 2012

O Emocionante final em Norisring do DTM 2012 | Green vs Tomczyk vs Spengler

Confira a corrida completa do DTM 2012 em Norisring HD