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Out Of Brazil – GP2: Luiz Razia vence de ponta a ponta a corrida Sprint em Barcelona

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Vitória brasileira em Barcelona, com Felipe Nasr chegando na P9 e o estreante Victor Guerin na P21, mas com a melhor volta da corrida

Luiz Razia terminou seu fim de semana de Barcelona com uma vitória esmagadora na corrida Sprint da manhã de domingo no Circuito da Catalunya, liderando desde o momento em que se apagaram as luzes de partida, até o descerrar da bandeira a quadros. Razia cruzou a linha final com cinco segundos de vantagem para Nathanaël Berthon e Davide Valsecchi, que ficaram com as segunda e terceira posições, respectivamente.

Largando da pole, o brasileiro dominou a prova de ponta-a-ponta, com direito ao ponto extra de melhor volta – que na verdade havia sido estabelecida pelo também brasileiro, Victor Guerin, mas que por não chegar entre os dez primeiros não pode contabilizar a pontuação - e diminuição da desvantagem para Davide Valsecchi na briga pelo campeonato. Foi um perfeito “hat trick”, ou barba, cabelo e bigode, como preferem alguns.

A posição de honra do piloto da Arden foi obtida após a oitava colocação na bateria do sábado, uma prova dificultada por problemas na tomada de tempos, quando ficou com a P13. Contudo, na corrida de encerramento da rodada, Razia não deu chances aos rivais e passou o tempo todo controlando o francês Nathanael Berthon, o segundo colocado. “Estava convencido de que esta corrida não iria fugir das minhas mãos. Tinha ciência de que largaria bem, o que aconteceu, e que temos um bom carro desde ontem. Foi só o caso de administrar os pneus e manter as pessoas atrás”, comenta Razia, que fez sua tradicional comemoração pós-corrida, beijando a bandeira do Brasil no capacete e dedicando a conquista a sua mãe.

A vitória foi construída no momento em que as luzes de partida se apagaram: Pole, Razia fez uma largada perfeita, enquanto Max Chilton, seu companheiro na primeira fila de partida siu lentamente, perdendo varias posições e segurando os demais perseguidores tempo suficiente para permitir ao brasileiro traçar a linha ideal de tomada da Curva 1. Davide Valsecchi, quinto no grid também largou bem, dividiu a primeira curva, mas não conseguiu superar Natanaël Berthon (P4 na largada) e teve de puxar seu carro para trás do carro da Racing Engineering, que acabou superando logo em seguida, na tomada da Curva 2. Na sua bota vinham Max Chilton, Giedo van der Garde e James Calado.

Calado aproveitou para rapidamente vingar-se do piloto holandês por roubar sua vitória na prova de sábado, com seu companheiro de equipe Esteban Gutierrez seguindo em sua esteira. Mas Van der Garde logo retomou a posição do mexicano, porem não conseguiu impor um ritmo de prova que fosse suficiente para atacar eficientemente o inglês. Era Calado quem tinha bom ritmo e a prova disso foi a ultrapassagem sobre Chilton na chicane, na quarta volta da corrida e passar a apertar Valsecchi.

A maioria dos pilotos estava mais preocupada em poupar os pneus – que sofrem grande desgaste nesse circuito -, do que propriamente buscar atacar os adversários. Mas o ocupante do terceiro posto no pódio de sábado, Stefano Coletti, claramente não tinha lido o memorando: Ele estava andando muito mais rápido do que todo mundo e, com isso, conseguiu ultrapassar o brasileiro Felipe Nasr na Curva 1, tomando de assalto a P7, mas inconseqüentemente desgastando excessivamente os pneus de seu carro. Esteban Gutierrez aproveitou a oportunidade e também foi para o ataque, tomando a posição do brasileiro na chicane, ainda na mesma volta.

Na dianteira, Razia parecia estar pilotando serenamente, facilmente controlando o ritmo e mantendo afastados seus rivais diretos. Foi uma vitória sem sustos, fruto da experiência e das qualidades técnicas do piloto baiano. Natanaël Berthon fez uma corrida madura, fato que lhe permitiu conquistar seu primeiro pódio na GP2. O pódio foi completado por Davide Valsecchi, que conseguiu suportar durante praticamente a prova inteira a forte pressão de James Calado. Já Max Chilton fez uma corrida burocrática, todavia fez o suficiente para se manter na P5 até o final à frente de van der Garde e Gutierrez, que travaram sua própria luta nas últimas voltas. Por sua vez, o monegasco Stefano Coletti teve de trabalhar muito para se manter na pista na P8 com seus pneus completamente desgastados e garantir o ultimo pontinho disponível da Sprint Race.

“Estava convencido de que esta corrida não iria fugir das minhas mãos. Tinha ciência de que largaria bem, o que aconteceu, e que temos um bom carro desde ontem. Foi só o caso de administrar os pneus e manter as pessoas atrás”, comentou Luiz Razia, que fez sua tradicional comemoração pós-corrida, beijando a bandeira do Brasil no capacete e dedicando a conquista a sua mãe: “Foi uma vitória muito especial, pois é Dia das Mães no Brasil, então foi por uma boa causa. Queria dedicar esta vitória para ela e todas as mães do meu país: elas têm um trabalho difícil, especialmente as dos pilotos”.

Contudo, apesar das aparências, Razia deixou claro que esta não foi uma corrida fácil. “É difícil pilotar sob pressão, e Berthon estava a 0s6 de mim o tempo todo, o que não é confortável para pilotar na frente. Mas tentei administrar ele atrás de mim, dar espaço suficiente e não o deixar me ultrapassar, então foi uma corrida complicada do ponto de vista dos pilotos, pois você busca administrar os pneus para o fim da corrida e tenta marcar a melhor volta, que rende dois pontos a mais, o que eu fiz. Estou muito orgulhoso da equipe. Fácil? Nunca é”, completou o competidor de 23 anos, que ampliou para dez o incrível retrospecto de corridas consecutivas completadas na zona de pontos.

A vitória de Razia encurtou ligeiramente a vantagem de Valsecchi no topo da tabela de classificação do campeonato, mas Valsecchi chegará em Mônaco ainda segurando as rédeas à frente de seu rival brasileiro, com 129 pontos no pote, contra 104 de Razia. O britânico James Calado subiu para o terceiro lugar da tábua de pontos, agora com 69 pontos e na frente de van der Garde (60), Gutierrez (59) e Chilton (57) que se preparam para lutar novamente nas ruas do Principado, nos dias 25 e 26 de maio.

Como foram os demais brasileiros na GP2:

Felipe Nasr:

Prejudicado na tomada de tempos classificatórios, em razão de um acidente com um dos competidores nos minutos finais da pratica, que não lhe permitiu sair para a pista com o jogo de pneus novos e fazer sua flying lap, o brasiliense Luis Felipe Nasr teve de se conformar em largar no final do pelotão para a prova de sábado, ocupando a P22. Fez uma grande corrida e chegou a ficar na sétima posição, mas a estratégia adotada pela equipe DAMS não foi a mais acertada e, com os pneus “no osso” o melhor que conseguiu foi completar a corrida na P11.

Nasr largou bem na Sprint Race desse domingo, conquistou varias posições e passou a “cuidar” de seus pneus com a mesma técnica adotada por seu companheiro de equipe, Davide Valsecchi: Não forçava nas freadas e evitava ficar colado no carro da frente, para ter um fluxo de ar mais limpo (o que evitava maior desgaste pela correta pressão aerodinâmica nas curvas) e sem receber calor do carro à frente.

Todavia, um problema na largada foi determinante ara o resultado final de Felipe Nasr: No meio do pelotão, no contorno da Curva 1, Felipe recebeu um toque na roda dianteira de seu carro, que aparentemente não tivera problemas como conseqüência, mas que desalinhara por completo a geometria da suspensão do carro #4. Desalinhado, o carro passou a desgastar ainda mais os pneus – que são críticos em Barcelona – e a então P7 conquistada na base do talento tornou-se dramática para ser defendida.

Sem desempenho, inteligentemente Nasr evitava entrar em combates acirrados, o que lhe faria perder ainda mais tempo e preciosa diferença para quem vinha atrás. No braço e na inteligência, conseguiu levar seu carro até o final, cruzando a checkered flag na nona colocação.

Victor Guerin:

O paulistano Victor Guerin cumpre em 2012 sua terceira temporada no automobilismo internacional. Correu em 2010 na Formula Abarth italiana e na temporada passada no italiano de F3, conquistando vitórias em ambas categorias. Neste ano desembarcou na Auto GP, categoria que está em franco crescimento e utiliza carro bem próximo em desempenho e velocidade final ao da GP2, mostrando de pronto grande adaptação ao “pulo” de um carro de quatro cilindros e pouco mais de 200 hp (F3), para um potente V8 de 560 hp.

Nesta quarta etapa de 2012 da GP2, Guerin aproveitou a folga no calendário da Auto GP e oportunidade de competir na categoria nesta etapa de Barcelona, bem como na de Mônaco, que será disputada daqui a duas semanas. Claro, as equipes “fortes”, que brigam pelas posições cimeiras, já estão com o line-up completo e o único cockpit disponível era o do segundo carro da equipe portuguesa, de propriedade do ex-piloto de F1 Tiago Monteiro, a Ocean Racing Technology.

O carro é o mesmo que foi utilizado pelo neo-zelandes Brendon Hartley nas quatro corridas disputadas no Bahrain, chegando em uma das quatro provas lá disputadas na P10, garantindo assim o único pontinho da Ocean na categoria nesta temporada. Porém, para nós brasileiros pega um tanto mal andar em um carro pintado de “azul-calcinha” e com o “estranho” numero #24...

Em termos de resultados o final de semana não foi o dos sonhos para o piloto paulista. Após estolar o motor de seu carro na partida para a volta de apresentação na prova do sabado, em razão de um problema recorrente na centralina do carro deste ano da GP2 – o inglês Jolyon Palmer não largou nesta Sprint Race pelo mesmo problema -, Victor teve de largar dos boxes após a passagem do ultimo carro. Imprimiu seu habitual forte ritmo, alcançou o final do pelotão e, em uma pista em que reconhecidamente é difícil ultrapassar, fez varias ultrapassagens, recebendo a quadriculada na P19, embutido no cambio de Johnny Cecotto.

Largou na prova mais curta de domingo, a Sprint Race, nessa posição e já sem o peso da prova de estréia, tinha tudo para galgar muitas posições. Mas pagou o preço do noviciado, ao deixar o carro se mexer, imperceptivelmente, no grid. Implacáveis, os sensores “denunciaram” Guerin, que teve de cumprir um drive trough e ver, mais uma vez, o pelotão sumir de vista. “Pena que tenha acontecido esse probleminha na largada. Ainda estou me acostumando com ela na GP2. Ontem deixei o carro morrer, e hoje ele deu uma mexidinha tão leve que nem senti, mas como o controle é eletrônico fui punido pela direção de prova. O pior é que minha largada foi ruim e até perdi posições”, esclareceu Victor Guerin ao final do dia.

Velocista nato, Victor partiu novamente para uma prova de recuperação. Com um ritmo avassalador, Guerin fazia seus giros no mesmo ritmo dos ponteiros e cravou nessa corrida a marca de 1m34s343, a melhor volta da prova. A flying lap de Guerin não foi apenas a melhor da Sprint Race, mas também a melhor das duas provas do fim-de-semana, já que no sábado o mexicano Esteban Gutiérrez, da Lotus GP, estabeleceu em 1m35s200 a melhor volta da corrida, marca superada em quase um segundo pelo piloto da Auto GP. O detalhe importante é que nessa “casa” de 34 segundos, conseguiram andar apenas o vencedor Luiz Razia, o líder do campeonato Davide Valsecchi, e Nigel Melker, companheiro de equipe de Guerin.

Com isso o estreante brasileiro chamou a atenção das equipes da categoria (e de quebra da F1, que fez sua corrida no mesmo circuito logo em seguida), mas Guerin acabou não conquistando os dois pontos de bonificação pela volta mais rápida, que caíram nas mãos de Razia, porque o regulamento determina que eles sejam concedidos apenas aos pilotos classificados até o décimo lugar -, e ele chegou na P21. “O carro estava muito bom. Eu virava de um segundo a um segundo e meio mais rápido que os outros. Acho que essa volta mais rápida diz alguma coisa. Estou feliz porque consegui mostrar meu potencial. Vou fazer simulador nesta semana em Londres e tenho certeza que chegarei melhor preparado para as largadas em Mônaco”, explicou Victor.

O acordo com a Ocean Technology vale apenas até Mônaco, mas a boa impressão deixada já faz Guerin sonhar com uma permanência mais longa na GP2. “Minha prioridade é a Auto GP, onde venho correndo desde o início do calendário e onde posso crescer na classificação. Agora, se aparecer a oportunidade de continuar na GP2 não vou desperdiçar”, concluiu o piloto de apenas 19 anos de idade.

Confira o resultado da Sprint Race da GP2 em Barcelona:

1.- #23 Luiz Razia (Arden International), com 25 voltas em 40m08s411
2.- #6 Natnanëel Berthon (Racing Engineering), a 5s256
3.- #3 Davide Valsecchi (    DAMS), a 5s897
4.- #9 James Calado (Lotus GP), a 6s575
5.- #26 Max Chilton (Carlin), a 13s117
6.- #12 Giedo Van Der Garde (Caterham Racing), a 14s362
7.- #10 Esteban Gutiérrez (Lotus GP), a 14s874
8.- #14 Stefano Coletti (Scuderia Coloni), a 19s223
9.- #4 Felipe Nasr (DAMS), a 19s703
10.- #18 Fabrizio Crestani (Venezuela GP Lazarus), a 21s570
11.- #5 Fabio Leimer (Racing Engineering), a 22s852
12.- #21 Tom Dillmann (Rapax), a 23s312
13.- #1 Johnny Cecotto Jr. (Barwa Addax Team), a 30s155
14.- #11 Rodolfo González (Caterham Racing), a 30s601
15.- #27 Rio Haryanto (Carlin), a 31s281
16.- #2 Josef Král (Barwa Addax Team), a 31s834
17.- #17 Julian Leal (Trident Racing), a 32s817
18.- #15 Fabio Onidi (Scuderia Coloni), a 34s371
19.- #16 Stephane Richelmi (Trident Racing), a 34s818
20.- #22 Simon Trummer (Arden International), a 35s426
21.- #24 Victor Guerin (Ocean Racing Technology), a 38s977
22.- #7 Marcus Ericsson (iSport International), a 39s878
23.- #20 Ricardo Teixeira (Rapax), a 41s979
24.- #25 Nigel Melker (Ocean Racing Technology), a 48s441
Não Completaram:
#19 Giancarlo Serenelli (Venezuela GP Lazarus), DNF
#8 Jolyon Palmer (iSport International), DNS

Confira como está a tabela de classificação do campeonato:

1.- D. Valsecchi, com 129 pontos
2.- L. Razia, com 104
3.- J. Calado, com 69
4.- G. Van Der Garde, com 60
5.- E. Gutiérrez, com 59
6.- M. Chilton, com 57
7.- F. Leimer, com 41
8.- F. Nasr, com 28
9.- T. Dillmann, com 27
10.- S. Coletti    , com 26
11.- N. Berthon, com 23
12.- R. Haryanto, com 16
13.- F. Onidi, com 12
14.- M. Ericsson, com 8
15.- J. Palmer, com 4
16.- J. Cecotto, com 2
17.- S. Trummer, com 1
18.- F. Crestani, com 1
19.- B. Hartley, com 1

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Última atualização ( Qui, 17 de Maio de 2012 08:48 )  

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