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Top Internacional – Ninguém segura Vettel, que leva (também) na estréia da Índia

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Felipe Massa bate (de novo) com Hamilton e abandona, voltas depois, com a suspensão quebrada. Bruno Senna faz grande prova, anda em 9º até o fim, mas completa em 12º, três posições à frente de Rubens Barrichello, com a problemática Williams

Se fosse turfe o esporte, Sebastian Vettel seria a “barbada” constante dos páreos. Pela décima primeira vez em 2011, o alemão chegou na frente de todo mundo e, mais uma vez cravando o hat trick – pole, melhor volta e vitória -, com a “gracinha” de marcar a volta mais rápida da corrida na passagem final.

O mundo, definitivamente, já se rendeu ao jovem germânico. Gênio é o adjetivo mais constante (e merecido). Mas diferentemente de outro gênio alemão que o antecedeu, é extremamente simpático, extrovertido e não tem qualquer receio em mostrar publicamente suas emoções. É, no fundo, o mais italiano dos alemães.

O britânico Jenson Button também faz uma temporada fantástica. Sua McLaren Mercedes MP4-26 nem de longe é páreo para a Red Bull RB7 de Vettel, mas vem na vice-liderança do campeonato e cruzou a linha de chegada no Buddh International Circuit, em Nova Delhi. A Ferrari de Fernando Alonso também rendeu bem na corrida e venceu o duelo particular com Mark Webber pela ultima “vaga” do pódio. Webber foi o quarto, com as Mercedes GP de Michael Schumacher em quinto e Nico Rosberg em sexto. "Nós conseguimos ficar contentes com o bom resultado da equipe e é isso que os rapazes na garagem mereciam. Também estou contente por ter terminado uma posição à frente da minha posição no grid. No entanto,  minha estratégia não foi perfeita hoje e perdi algum tempo no segundo pit stop, o que significou não conseguir permanecer à frente de Michael. Eu tinha um bom ritmo no final da corrida e acelerei forte, mas foi impossível alcançá-lo ao longo das últimas voltas. Estou confiante de que podemos repetir este bom resultado nas duas últimas corridas. Somando tudo, para nós foi uma boa estréia do GP da Índia e espero que todos os fãs tenham gostado da corrida. Estou ansioso para voltar aqui no próximo ano”, esclareceu Nico Rosberg ao final da corrida.

Felipe Massa largou bem, superou Hamilton na largada e acompanhava de perto Fernando Alonso. Já que era uma prova sem novidades, Lewis Hamilton bateu de novo em Massa, na briga pela quinta posição. Hamilton teve de ir para os boxes trocar o bico avariado e Massa conseguiu manter a posição, mesmo muito distante de Alonso e com o carro sem o mesmo rendimento. Comissário especial da FIA para esta prova, o britânico Johnny Herbert – conterrâneo de Hamilton – entendeu que a culpa desta vez era do brasileiro, que foi obrigado a cumprir um drive trough, passando pelos pits em baixa velocidade. Algumas voltas depois, Felipe Massa passou sobre a malfadada “zebra laranja” – a mesma que quebrou a suspensão da Ferrari no treino classificatório ontem – e a suspensão voltou a quebrar, desta vez a dianteira esquerda, alijando Massa do restante da corrida.

Mais um “desencontro” de Massa e Hamilton, que estão se tornando alvo de gozações, com a ferinamente divulgada por Flavio Briatore, de que vê na dupla a versão 2011 do Gordo e o Magro.

Embora sem um grande resultado final, Bruno Senna foi destaque. Largou espetacularmente, conquistando cinco posições e fechando a primeira volta na décima colocação. Foi constante a corrida inteira e soube economizar os pneus macios, mas teve de fazer sua segunda parada no final da prova, para cumprir a regra de utilização obrigatória dos dois tipos de compostos. Terminou em 12º, fora dos pontos, mas novamente chamando a atenção.

Por outro lado, Rubens Barrichello segue seu calvário, já que comprovadamente não tem um carro a altura de sua experiência e qualidade. Largou em 16º, mas bateu já na primeira curva, enroscando com a Sauber de Kobayashi e a Marussia-Virgin de Timo Glock. Com resultado do entrevero, Rubens quebrou o bico de sua já problemática Williams e teve de ir ao box para a substituição. Fez uma prova apagada e terminou em 15º, com duas voltas de desvantagem. “Perdi o nariz do carro na primeira curva depois da largada e tive que entrar para um pitstop não programado. Isso destruiu minha corrida desde o começo, porque eu saí dos pits muito para trás. Depois disso, tivemos que mudar nossa estratégia para uma única parada e evitar perder mais tempo. Isso nos levou um pouco mais para frente, mas não o suficiente para marcar pontos. É uma pena, porque nosso tempos eram bons e o desgaste dos pneus foi ok, pelo que poderíamos ter conseguido um resultado melhor”, explicou de uma forma “politicamente correta”, Rubens Barrichello.

A Toro Rosso foi um dos bons destaques da rodada indiana, com Jaime Alguersuari e Sebastien Buemi andando bem desde os treinos livres e classificando os dois carros para o Q3. Na corrida os dois carros freqüentaram a zona de pontos, mas um problema mecânico acabou tirando Buemi da corrida e deixando a “vaga” no top ten para o mexicano Sergio Perez, da Sauber.

A equipe Force Índia, que agora passará a chamar-se Sahara Force Índia, também teve um grande final de semana. Adrian Sutil voltou a freqüentar o Q3, fez uma corrida consistente e cruzou a bandeira a quadros na oitava posição. “Foi uma boa corrida e acho que podemos ficar felizes com os dois pontos de hoje. Nas primeiras voltas eu tive de lutar com a traseira do carro, que escapava um pouco, e não consegui segurar as Toro Rosso que estavam um pouco mais rápidas hoje. Mas no segundo e terceiro stints o equilíbrio do carro melhorou e consegui manter a Sauber [Perez] atrás de mim nas últimas voltas. Também tive sorte com o abandono de Buemi, o que me deu mais uma posição. Acho que provavelmente o nono era o máximo que conseguiríamos hoje e espero Vijay tenha um sorriso no rosto esta noite”, esclareceu Sutil.


Fora da pista era a equipe anfitriã e soube aproveitar bem a corrida de estréia em sua casa – embora sua sede seja em Silverstone, na Inglaterra –, levando para os boxes astros de Bollywood e do cricket, o esporte mais popular no país. De quebra aproveitou para anunciar os vencedores de seu programa de jovens talentos, chamado The One From A Billion Hunt. O piloto indiano de 14 anos de idade Arjun Maini, que compete no kartismo indiano foi o vencedor entre milhares de jovens que disputaram a seletiva. Maini foi o selecionado pela equipe formada pelo piloto de testes da equipe, Nico Hulkenberg, o Vice-Diretor da equipe Robert Fernley, o hoje comentarista da BBC, Eddie Jordan e Anthony Hamilton (pai de Lewis Hamilton e empresário de pilotos). Tarun Reddy, também de 14 anos de idade e Jehan Daruvala, de 13 anos, ficaram com as duas vagas restantes. O trio de kartistas “made in Índia” irão agora para o kartismo europeu, visando o progresso para a GP3, GP3 e chegar em um cockpit de F1.

A Sahara Force India, equipe sucessora da Spyker, que comprou o espolio da Midland, que havia comprado a Jordan, vem em ótima fase e se firmando na sexta posição do campeonato de construtores, atrás apenas de Red Bull, McLaren, Ferrari, Mercedes e Renault. As nanicas crescem, enquanto a outrora poderosa Williams despenca cada vez mais em competitividade e passa a fazer opções duvidosas, mais preocupada com os cofres que com o progresso técnico. A saída do Diretor Técnico Sam Michael – que vai para a McLaren – e a hipotética (embora provável) substituição do experiente “acertador” Rubens Barrichello pelo “aposentado” Kimi Raikkonen, dão mostras claras desse fato.



Mesmo entre as tais nanicas havia rompantes de felicidade. Narain Karthikeyan foi confirmado para a etapa indiana como companheiro de Daniel Ricciardo na equipe Hispania e estava satisfeitíssimo de poder apresentar-se diante de seu publico, na corrida de estréia da F1 em sua casa e em não chegar na (esperada) ultima colocação. “Foi um grande premio fantástico para mim. Uma experiência incrível que desfrutei muito. Terminar na 17ª colocação e correndo em casa é o melhor que poderia ter desejado, principalmente tendo em conta que o carro que temos, além do fato de ter superado meu companheiro de equipe e uma Lotus, o que nos dá mais satisfação. É uma pena ter recebido a penalização de ontem (sábado), porque quem sabe poderia ter feito uma corrida ainda melhor. Consegui fazer uma boa largada, mas depois a asa dianteira de meu carro ficou ligeiramente danificada. O importante é que consegui depois manter um bom ritmo e completar uma boa corrida. É uma sensação maravilhosa ter terminado o primeiro Grande Premio da historia da India e ter sido competitivo em relação aos nossos principais rivais, demonstra muitas coisas”, exultou o piloto indiano, que substituiu Vitantonio Liuzzi nesta etapa em um dos carros que os demais competidores entendem como “gincanas moveis”.

Como Foi a Corrida:

O comportamento dos carros, pneus e clima eram, naturalmente, uma incógnita antes da largada do GP de estréia no Buddh International Circuit. A pista estava extremamente suja, por conta da terra carregada para o asfalto pelos carros que ultrapassavam seus limites e “pisavam” na grama recém plantada e havia uma previsão de cair chuva durante a corrida. Por conta disso, Barrichello declarava ainda no grid, que a expectativa de entrada do safety car era grande.

Apagadas as luzes de partida, Vettel conseguiu valer-se da posição de honra, assumindo a dianteira, com Janson Button em sua cola, superando Mark Webber, que ocupava a segunda posição de partida e não fez um boa largada, caindo para terceiro, acossado por Fernando Alonso, também superado pelo piloto da McLaren na largada.

Felipe Massa mostrou estar com a faca nos dentes. Pulou bem, superou Hamilton e encaixou atrás de Alonso, com quem dividiu a primeira curva. Na seqüência vinham Hamilton, Rosberg e Michael Schumacher. Todos próximos. Adrian Sutil veio no nono posto, seguido por Bruno Senna, que também fez grande largada e, de 14º, fechou a primeira volta já ocupando a décima colocação, adiante de Jaime Alguersuari e Sebastien Buemi.

Rubens Barrichello freou tarde na Curva 1, bateu na traseira de Maldonado, seu companheiro de equipe e acabou enroscando com a Sauber de Kobayashi e a Marussia-Virgin de Timo Glock. Rubens e Glock foram para reparos nos boxes, enquanto Kobayashi ficou pela pista com seu carro com um principio de incêndio. “Infelizmente, hoje minha corrida teve uma história muito curta e decepcionante. Após a largada fui atingido por trás e imediatamente vi fumaça e fogo vindo de meu carro. Obviamente havia um problema grave, pelo que tive que parar e tirar o carro da pista”.

Na curva seguinte foi a vez de Jarno Trulli rodar com a Lotus, após levar uma panca da traseira de sua Lotus. “O azar bateu novamente. Eu tive uma boa largada, mas depois um dos HRT me atingiu por trás quando saiamos da curva três, o que foi basicamente o fim da minha corrida. Tive um furo no pneu e tive que fazer quase uma volta completa para poder ir de volta ao pit, então a partir dessa situação não havia mais nada que pudesse fazer. Acredito que o carro tenha sofrido algum dano no assoalho, pois o equilíbrio desapareceu completamente pelo resto da corrida e simplesmente não conseguia mais virar uma volta rápida. Apesar de tudo este foi outro bom final de semana para a equipe. Nossa confiabilidade tem sido boa e o ritmo Heikki na corrida foi forte, então eu só espero ter melhor sorte nas últimas duas corridas e ajudar a equipe a garantir o décimo lugar no campeonato deste ano”, detalhou Jarno Trulli.

Preocupado com a disputa pelo vice-campeonato, Mark Webber foi para cima de Button e na quarta volta atacava forte o britânico campeão do mundo de 2009.

As duas Toro Rosso tinham bom ritmo e claramente melhor que a Renault de Senna, que avisava a equipe pelo radio que tinha problemas de dirigibilidade. Na nona volta Alguersuari colou em Senna, abriu a asa móvel na longa reta de Buddh – o que chegava a render 12 km/h a mais -, para superar o brasileiro e ficar com a 10ª posição. Na volta seguinte, no mesmo “script” foi a vez de Buemi superar Senna, que ficou à mercê de Pastor Maldonado, o 13º.

Na volta seguinte Alguersuari já tinha descontado a vantagem de Adrian Sutil e abria a temporada de caça sobre a Force Índia e mais uma passagem Senna sossegou, com Maldonado abandonando a prova, com problemas de cambio em sua Williams.

A grade batalha da prova envolvia Paul Di Resta, Sergio Perez e Vitaly Petrov, que soltavam faíscas na luta pelo “importantíssimo” 14º posto. Acossado por Alguersuari, Sutil antecipou sua parada e foi para os pits na 16ª volta de corrida.

Estava aberta a primeira janela para os pit stops e na volta 17, Alonso, Webber, Hamilton e Alguersuari foram para sua primeira troca de pneus. Alonso não se deu bem na volta, perdendo o contato com Webber, por ter voltado à pista em nono, logo atrás de Michael Schumacher, um verdadeiro Landau com as quatro portas abertas e osso duro de ultrapassar.

Na volta seguinte foi a vez de Massa ir para a troca, mas não teve vantagem com o “block” de Schummy, pois acabou voltando para a pista colado em Alonso. Alonso conseguiu superar Schumacher, para assumir a quarta posição, deixando a encrenca para Massa, então o sexto. Mas o drama se resolveu na volta seguinte, com o alemão indo para os pits, na mesma hora que Jenson Button. Sebastian Vettel foi o ultimo dos lideres a entrar, fazendo sua troca de pneus na 20ª volta.

Nesse momento da prova, logo após a primeira rodada de pit stops, Felipe Massa era o mais rápido na pista e acabou cravando a melhor volta provisória da prova, com 1m30s543. A ordem na pista era Vettel na ponta, com Button, Webber, Alonso, Massa e Hamilton fechando os seis primeiros.

Na volta seguinte o atual campeão mundial respondeu e cravou 1m29s9, superando a marca de Felipe. O alemão é guloso é quer ser, sempre, o primeiro em tudo. Com dificuldade na troca de marchas, Felipe Massa cometeu um pequeno erro, o suficiente para Lewis Hamilton encostar e começar a infernizar o piloto da Ferrari.

A briga, até por conta dos antecedentes nesta temporada, esquentou e duas voltas depois os carros acabaram batendo (novamente), em uma tentativa agressiva de Hamilton e fazer a ultrapassagem e de Massa em não permitir a manobra. Massa rodou e Lewis continuou, mas com a asa dianteira raspando no asfalto, o que determinou uma parada nos boxes, para troca do componente aerodinâmico. Mesmo perdendo posições, Felipe continuou na prova com o carro nitidamente instável, até receber a ordem de fazer um passagem pelos pits, como punição resultante da investigação dos Comissários Desportivos – de qual fazia parte o inglês Johnny Herbert – da dinâmica do acidente.

Massa cumpriu a punição na volta 31, mas antes a corrida já anotava outra baixa, a de Buemi que desconsolado teve de parar sua Toro Rosso no meio do circuito, na volta 26. “Estou muito decepcionado com o que aconteceu esta tarde, porque eu estava tendo uma corrida muito boa, depois de conseguir uma excelente qualificação ontem. Quando o carro parou, eu tinha acabado de ultrapassar Hamilton, estava em oitavo e acredito que poderíamos ter terminado entre os oito primeiros. Então, quando você vai de uma situação promissora, para não completar e sem pontos, fica um pouco difícil de aceitar. No entanto, se olharmos pelo lado positivo, o nosso ritmo de fim de semana foi muito bom, confirmando o passo adiante que já mostramos na Coréia. Portanto, agora temos que trabalhar duro e continuar neste direção para a duas últimas corridas, quando espero estar novamente de volta nos pontos”, lamentou o piloto da Toro Rosso.

Após trocar o bico da McLaren na volta 26, Lewis Hamilton buscou recuperar o tempo perdido. Na volta 29 atacou Jaime Alguersuari e tomou-lhe a nona colocação, após alguma insistência, já que a Toro Rosso era o carro mais rápido de reta e a asa móvel de Lewis não era suficiente para superar o espanhol. Foi “na marra”, mas desta vez sem bater...

Felipe voltou à pista na oitava posição, logo atrás de Michael Schumacher, mas na passagem seguinte voltou aos boxes, desta vez para também trocar a asa dianteira da Ferrari, aproveitando para calçar em seu carro os pneus de composto duro. Com o carro agora escapando de frente, Massa passou a atacar com mais vigor a zebra interna das curvas e em uma delas, na volta 34, repetiu o que já acontecera no treino classificatório: Foi um pouco demais para dentro da zebra e pegou a “quina” da parte laranja da zebra, quebrando novamente a suspensão dianteira da Ferrari, desta vez a esquerda. Fim de prova para o brasileiro.

“Não há muito a dizer ao final de um fim de semana como este. Estou realmente triste de não conseguir terminar uma corrida em qual mostrei que tinha ritmo para lutar pelo pódio. Quanto à batida com Hamilton, só posso dizer que eu não partilho a opinião dos Comissários que dei causa à punição. Eu simplesmente fiquei na linha ideal, freei no limite e fiquei na parte emborrachada da pista. O que foi que fiz de errado? É a enésima vez que Hamilton bate em mim este ano e parece que isso já é uma espécie de atração fatal ... Anteriormente tentei falar com ele, mas ele não parecia estar interessado nisso. Agora é melhor virar imediatamente a página e pensar dos dois últimos GPs do ano. Ambos são especiais, pois Abu Dhabi é uma espécie de segunda corrida em casa para a Ferrari, com aquele incrível parque temático que fica ao lado do circuito, e depois vem o de Interlagos, que é sempre especial para mim. Vou tentar esquecer esta viagem para a Índia o mais rápido possível, mas absolutamente isso não terá nada a ver com o país!”, lamentou Felipe Massa, que anda com uma sorte digna de Chris Amon, também um grande piloto da Ferrari em sua época, mas que tinha seu nome provavelmente amarrado na boca do sapo...

Com os abandonos de Buemi e Massa, Bruno Senna assumiu a 10ª posição. Quatro voltas depois, na 38ª passagem, Mark Webber abriu a segunda serie de paradas para troca de pneus. Fernando Alonso não acompanhou a manobra, permanecendo na pista e apertando o ritmo, na tentativa de superar nos boxes o australiano da Red Bull. A estratégia deu certo, e ao parar na volta 40, o asturiano tomou a terceira posição de Webber. A prova entrava em seu terço final.


O esforço de Lewis Hamilton para conquistar posições prosseguia e na volta 45 já era novamente o sétimo colocado, enquanto Sutil, Perez e Petrov lutavam forte pela décima colocação e um pontinho no campeonato. Na volta seguinte Nico Rosberg levou a flecha de prata para o segundo pit stop, com Hamilton fazendo o mesmo. Mais uma passagem e Jenson Button foi para o pit, com Sebastian Vettel entrando na volta posterior.

Na volta Button até tentou uma reação, reduzindo a diferença para o germânico da Red Bull para 2,8 segundos. Mas Vettel só administrava a corrida e na seqüência impôs de volta os cinco segundos que achava confortável. Michael Schumacher mostrou que continua sabendo fazer a diferença, salvando pneus no segundo stint para entrar cinco voltas depois de Rosberg, que o precedia durante a corrida toda. Com uma para perfeita, Schummy voltou à prova exatamente na frente do companheiro de equipe, tomando a 5ª colocação. "Obviamente estou contente com a corrida de hoje. Conseguimos o máximo dentro do que poderíamos esperar e, como equipe, nós maximizamos o nosso potencial. Quinto e sexto lugares são um grande resultado para nós. Em cima disso, meu carro foi muito bem classificado para a corrida e estava muito estável. No início, tudo funcionou de acordo com a minha estratégia e eu, deliberadamente, não quis usar o KERS nas duas primeiras curvas e guardá-lo para a longa reta onde eu sabia que eu poderia conquistar algumas posições. No segundo stint, consegui poupar meus pneus para que pudesse ficar mais tempo na pista, o que foi suficiente para conquistar o quinto lugar. O que é realmente importante nesse momento, é que continuamos progredindo e tentando melhorar, e é isso o que conseguimos hoje. Também gostaria de deixar um grande elogio para os organizadores do primeiro Grand Prix indiano, pois tenho certeza que não serei o único a dizer que esta foi uma estréia muito positiva”, disse Michael Schumacher.

Aliás nesse mistér de saber economizar pneus, Bruno Senna parece ter saído ao tio e ainda andava forte com o jogo de pneus macios do segundo stint pela pista, marcando tempos competitivos. Porém o regulamento determina que se utilize em cada corrida os dois tipos de pneus disponibilizados pela Pirelli e, com duas voltas para o termino da corrida, entrou para os boxes para fazer a troca obrigatória. Uma pena, pois perdeu três posições, completando a corrida em 12º. A excelente largada e o ritmo satisfatório imposto com o segundo jogo de pneus não foram suficientes para levar Bruno Senna à zona de pontos do Grande Prêmio da Índia. Com o sistema de recuperação de energia cinética (KERS) inoperante logo depois do início da corrida, o piloto da Renault não pôde compensar o prejuízo - estimado em quatro décimos de segundo por volta - e terminou em 12º. “Sem o KERS, e com esse as asas traseiras móveis é impossível evitar as ultrapassagens”, afirmou Bruno, explicando a perda de posição para as Toro Rosso.

Bruno disse que a dificuldade com o KERS surgiu nos treinos da sexta-feira e reapareceu pouco depois da largada. “Foi algo pontual. Até então eu não tinha tido qualquer problema com o sistema”, lembrou. Segundo ele, o ritmo abaixo do esperado na primeira parte da corrida foi agravado pelo comportamento estranho dos pneus macios. “Quando coloquei o segundo jogo, o carro melhorou muito e pude andar bem mais rápido”. A Renault chegou à Índia acreditando que o novíssimo circuito de Buddh poderia casar bem com as características do R31 e o ótimo 8º lugar de Bruno nos treinos livres da sexta-feira apenas reforçou essa esperança. No entanto, os dois pilotos terminaram imediatamente atrás dos 10 primeiros - o russo Vitaly Petrov ficou em 11º. “A largada compensou meu mau treino classificatório, mas fiquei limitado pela performance da primeira parte”, explicou Bruno, que ainda concordou que a Renault pode ter perdido uma boa chance de somar mais pontos no campeonato de construtores e que a perspectiva para a próxima etapa pode não ser tão favorável. “A pista de Abu Dhabi tem muitas curvas lentas e fechadas. Não é o tipo de circuito ao qual nosso carro se adapte melhor”.

A prova já estava decidida, mas para desespero da equipe Red Bull – que só faltou gritar no radio “implorando” para não fazer -, Sebastian Vettel fez a graça de quebrar o recorde da pista na ultima volta de corrida. Não adiantou desligarem o Kers, reduzirem do box a potencia do motor e ajoelharem orando para Nossa Senhora de Mariazell, Padroeira da Áustria: O infernal garoto, bicampeão mundial de F1 pulverizou o cronômetro por pura diversão e o perfeccionismo de conquistar tudo o que pode. Deve ter tomado outro pito de Christian Horner no motorhome da Red Bull e renovado a promessa de “Tá bom, não faço mais isso”...

O pit stop de Bruno Senna aos 45 minutos do segundo tempo tirou a equipe Renault da zona de pontos, já que Vitaly Petrov ficou com o 11º posto, um à frente de Senna. Quem acabou se dando bem nisso foi Sergio Perez e a equipe Sauber, que herdou o 10º posto e o pontinho único que possibilitou sua equipe de manter a sétima posição no campeonato de construtores (agora empatada em 41 pontos com a Toro Rosso). “Estou muito feliz por ter marcado esse ponto hoje. Pelo menos assim eu pude retribuir algo para a equipe, depois que cometi um erro na sexta-feira, pelo qual recebi como penalização a perda de três posições no grid. Tivemos uma boa estratégia hoje. Foi um risco também, mas valeu a pena, pois a equipe fez um bom trabalho para dar certo. Usei o pneu duro apenas na primeira volta, mas depois que parar eu fiquei preso no trafego. Na verdade, eu esperava que o safety car fosse sair, porque no primeiro setor havia muito óleo na pista. No entanto, depois que consegui passar o Paul di Resta, eu consegui impor um ritmo forte. O primeiro jogo de pneus macios era bom, porem, com o segundo tive um pouco de dificuldade para aquecê-los e Adrian Sutil estava muito rápido, e eu não pude alcançá-lo. No geral, acho que claramente na fase de qualificação não pudemos explorar o real potencial do carro, e todos nós sabemos que temos de melhorar”, explicou o piloto mexicano.

Sem surpresas, Sebastian Vettel venceu mais uma e continua conquistando novos recordes e marcas. Além de ser o primeiro piloto da história a vencer uma prova de F1 na India, Vettel atingiu a marca de 711 voltas na liderança na mesma temporada, superando a marca de 692 voltas pertencente ao inglês Nigel Mansell na temporada de 1992. As 24 anos de idade, o alemão ainda não atingiu o ápice técnico e psicológico de sua carreira, o que pressupõe que ainda há muito a ser conquistado, mesmo com a categoria muito mais competitiva do que na época em que Michael Schumacher conquistou seus sete títulos na categoria.

Seb, como é conhecido entre os amigos é um verdadeiro campeão, que tem entre suas qualidades a extrema competência, a humildade nata e a percepção de ser agradecido. "Esta foi uma corrida muito boa para nós e gostei muito dela. Eu tive uma pequena disputa com Jenson pela distância que nos separava, sempre em torno de 4 segundos de vantagem, mas estranhamente ele conseguia reduzir nos pit stops. Eu estava forçando muito duro na entrada de box, mas parece que perdíamos um pouco lá, o que ainda precisamos entender. Na pista era crucial gerir os pneus para certificar-se que ainda teríamos vantagem suficiente no final, mas foi uma corrida muito tranqüila. O carro estava muito equilibrado e foi uma corrida fantástica hoje. Agradeço à todos da equipe e da Renault, que até agora fizeram um trabalho excepcional nesta temporada”, discorreu o vencedor da prova.

Sobre os risco da profissão e as mortes de Dan Wheldon na F Indy e Marco Simoncelli, o Urso de Cabelo Duro, na Moto GP, Vettel disse: “Hoje estou tendo um mix de emoções. Por um lado estou muito orgulhoso de ser o primeiro vencedor do Grand Prix indiano, mas, por outro lado perdemos dois de nossos companheiros recentemente. Eu não conheci o Dan Wheldon, mas obviamente ele era um grande nome no automobilismo. O Marco Simoncelli eu conheci este ano e nossos pensamentos estão com eles e suas famílias neste momento. Estamos prontos para assumir certos riscos, mas, obviamente, nós oramos para que nada aconteça; às vezes você se lembra e que essa é a última coisa que queremos ver”.

Embora ainda chocado com a recente perda de dois desportistas de primeira linha, Sebastian teve a sensibilidade de olhar atentamente para a diversidade indiana e tirar conclusões proveitosas. “Este é um país muito impressionante, muito diferente do que conhecemos na Europa, mas muito inspirador. Se você mantiver seus olhos e ouvidos aberto, você pode aprender muito com a maneira como as pessoas lidam com as coisas aqui. É um país grande com um monte de pessoas, mas eles são felizes e aproveitam a vida, que é o que importa acima de tudo. No final de sua vida, são as amizades, emoções e os pensamentos que você pode levar, ao invés de o que está em sua conta  bancária. Assim, mesmo que as pessoas não tenham muito aqui, de muitas maneiras eles são muito mais ricos que nós e a partir disso temos muito que aprender. Essa foi uma grande corrida, um grande evento e o circuito é fantástico, então muito obrigado a todas as pessoas da Índia”, concluiu o bi-campeão mundial de F1.

Por tudo isso, não é apenas por conta do peso do pé direito que ninguém segura o alemão!

Confira o resultado do 2011 Formula 1 Airtel Grand Prix Of India:

1.- Sebastian Vettel (Red Bull-Renault), com 60 voltas
2.- Jenson Button (McLaren-Mercedes), +8s4
3.- Fernando Alonso (Ferrari), +24s3
4.- Mark Webber (Red Bull-Renault), +25s5
5.- Michael Schumacher (Mercedes), +65s4
6.- Nico Rosberg (Mercedes), +66s8
7.- Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes), +84s1
8.- Jaime Alguersuari (Toro Rosso-Ferrari), +1 Lap
9.- Adrian Sutil (Force India-Mercedes), +1 Lap
10.- Sergio Perez (Sauber-Ferrari), +1 Lap
11.- Vitaly Petrov (Renault), +1 Lap    
12.- Bruno Senna (Renault), +1 Lap    
13.- Paul Di Resta (Force India-Mercedes), +1 Lap   
14.- Heikki Kovalainen (Lotus-Renault), +2 Laps    
15.- Rubens Barrichello (Williams-Cosworth), +2 Laps    
16.- Jerome d'Ambrosio (Marussia Virgin-Cosworth), +3 Laps    
17.- Narain Karthikeyan (Hispania-Cosworth), +3 Laps    
18.- Daniel Ricciardo (Hispania-Cosworth), +3 Laps    
19.- Jarno Trulli (Lotus-Renault), +5 Laps
Não Completaram:
Felipe Massa (Ferrari), +28 Laps
Sebastien Buemi (Toro Rosso-Ferrari), +36 Laps
Pastor Maldonado (Williams-Cosworth), +48 Laps    
Timo Glock (Marussia Virgin-Cosworth) +58 Laps    
Kamui Kobayashi (Sauber-Ferrari), +60 Laps

 

  • Petrov penalized 5 grid spots for causing crash in Korea;
  • Hamilton & Perez 3 spots for ignoring yellow flags in FP1;
  • Ricciardo 5 spots for gearbox change;
  • Karthikeyan 5 spots for blocking.
  • Glock didn't meet 107% requirement, races at stewards' discretion.

 

Como é a pista de Buddh – Conheça com explicações de Karun Chandock - Inside Track powered by Renault Sport F1

 

 

Uma volta virtual no Buddh International Circuit com Vettel [HD]

 

 

Massa e Hamilton batem de novo em 2001 – Rowan Atkinson (Mr Bean) faz careta

 

 

GP da India Highlights

 

Última atualização ( Qua, 02 de Novembro de 2011 08:18 )  

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