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Top Internacional – F-Indy: Ed Carpenter faz sua estréia no alto do pódio em Kentucky

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Reviravolta na corrida e no campeonato: Incidentes nos pits mudam a historia da corrida em Kentucky, a penúltima etapa da temporada 2011 da Formula Indy

Inimagináveis nove milésimos de segundo!

Foi essa diferença, quase imperceptível ao olhar humano, que separou o amarelinho #67, do “blue & black” #10 do escocês Dario Franchitti na linha de chegada. Foi a primeira vitória de Ed Carpenter na categoria e, também, a primeira vitória de sua equipe, a Sarah Fischer Racing, comandada pela ex-piloto Sarah Fischer.

Essa foi a menor diferença de chegada no circuito de Kentucky e a sexta menor diferença da historia da Indycar, já que a diferença mais apertada na linha de chegada já registrada na categoria aconteceu em 2002, quando Sam Hornish Jr cruzou a checkered line da Delphi Indy 300 em Chicagoland com 0s0024 (dois milésimos de segundo) de vantagem para Al Unser Jr.

Em 2008 Helio Castro Neves venceu a prova de Chicagoland por ínfimos 0s033 de vantagem para Scott Dixon, com Ryan Briscoe, incrivelmente, cruzando na terceira colocação apenas 0s0778 atrás de Helinho. A segunda menor diferença da historia da categoria. Na 500 Milhas de Indianápolis de 2006, Sam Hornish bateu Marco Andretti por ínfimos 0s0635 e Ryan Briscoe venceu em 2009 na etapa de Chicago por sete milésimos de segundo. Prova inequívoca que na Formula Indy não dá nem mesmo para piscar os olhos!

Uma das chegadas mais apertadas, também foi uma das mais demoradas para acontecer, já que Carpenter está desde 2003 na categoria e sua primeira vitória somente se cristalizou em sua 103ª corrida, aos 30 anos de idade.

Todos os Vencedores da Kentucky Indy 300:

2011 - Ed Carpenter    
2010 - Helio Castroneves
2009 - Ryan Briscoe
2008 - Scott Dixon
2007 - Tony Kanaan
2006 - Sam Hornish Jr.
2005 - Scott Sharp
2004 - Adrian Fernandez
2003 - Sam Hornish Jr.
2002 - Felipe Giaffone
2001 - Buddy Lazier
2000 - Buddy Lazier

A Corrida:

Líder do campeonato, Will Power era só sorrisos antes da prova. Não apenas pela conquista da pole position, mas sabia que tinha conseguido um ótimo set-up para seu carro, que estava muito rápido desde os primeiros treinos e em situação diametralmente oposta à do vice-líder do certame, Dario Franchitti, que havia registrado apenas o décimo primeiro tempo na classificação e reclamava da falta de rendimento no motor de seu carro.

Power manteve a ponta na largada, seguido por Graham Rahal, James Hinchcliffe, J. R. Hildebrand e Ed Carpenter. O melhor brasileiro no grid era Helio Castroneves, na décima sexta posição. Tony Kanaan era o décimo nono, Bia Figueiredo a vigésima e Vitor Meira o vigésimo primeiro.

A equipe Penske trocara pela manhã o motor do carro de Helinho, o que parecia ter sido a solução para seus problemas, já que andava em forte ritmo e conquistando postos rapidamente. Em poucas voltas já integrava os dez primeiros e dava mostras que tinha carro para lutar por uma vaga no pódio. Bia também tocava forte galgando posições, até colar em Danica Patrick e passar a lutar pela décima segunda colocação.

Mas na 36ª passagem o Penske #3 de Castroneves perdeu muito rendimento, em razão de um vazamento de água. Adentrou aos boxes para tentar o reparo, mas não teve jeito e Helinho foi o primeiro a abandonar a corrida.

Cerca de dez voltas depois começaram as paradas para reabastecimento. O líder Will Power entrou na volta 50 e ao puxar o carro para a esquerda no pit lane, para parar em seu box, “tropeçou” no carro de Bia Figueiredo que saia do box anterior, liberada erroneamente por seu chefe de equipe. A batida foi inevitável, com Power passando em cima do bico do carro da brasileira, que teve de ser puxada novamente ao box para a troca do bico. Com a cena de pastelão a grande prova que Bia fazia estava completamente arruinada, já que voltou em 29º e com uma volta de desvantagem para o restante do pelotão.

Power fez normalmente seu pit stop, mas acabou perdendo tempo e a liderança da corrida, voltando apenas em décimo. Começava o inferno astral do líder do campeonato. Em situação diametralmente oposta estava o vice-líder, Dario Franchitti. Décimo primeiro na grelha de partida, o carro da Target Chip Ganassi Racing se mostrava muito rápido no trafego e antes do pit stop já estava em sétimo e ao final das paradas de box, era Franchitti quem aparecia na ponta da corrida.

A “panca” em Bia Figueiredo certamente trouxe danos ao carro de Power maiores que se imaginava, já que o carro não tinha mais a mesma velocidade que nas primeiras voltas lhe deixavam como franco favorito. Na 79ª passagem a primeira bandeira amarela, causada por detritos na pista. Power aproveitou a parada para tentar reparos na lateral esquerda de seu carro, que não surtiu efeito. Power voltou na galera do fundão (23º) e nem mesmo conseguia acompanhar o ritmo de carros (e pilotos) “problemáticos”.

Franchitti manteve a dianteira na relargada, seguido por Hildebrand, que logo a seguir foi superado por Marco Andretti e o terceiro para Scott Dixon, nitidamente disposto a servir de escudeiro para Franchitti em claro jogo de equipe. Na seqüência vinham Ed Carpenter, Graham Rahal, Ryan Hunter-Reay, James Hinchcliffe, Ryan Briscoe e Danica Patrick, fechando os dez primeiros.

O pau comia solto entre Dario e Andretti, que queria a qualquer custo assumir a dianteira da corrida. Experiente, Franchitti ia conseguindo refrear o ímpeto do açodado neto de Mario Andretti.

Na volta 140 surgiu novamente a yellow flag por conta de detritos na pista e quase todos adentraram ao pit lane para o reabastecimento. Era chegada a hora da segunda sessão de cenas de puro pastelão. Marco Andretti não quis perder suas chances de vitória, saiu forçando em cima de carros que entravam para o reabastecimento e, como de habito, errou feio. Bateu em Alex Lloyd que tentava parar e acabou fora da corrida – “milagrosamente”, pela primeira vez nos anais da história do automobilismo, Marco Andretti assumiu publicamente que errou... -.

Mas não pararam por aí as patacoadas no pit lane. J.R. Hildebrand entrou rápido demais, errou na parada e atropelou o próprio mecânico, que prensou contra o muro do box. Simona de Silvestro tentou voltar rápido, mas “deu pé” na hora errada, perdeu o controle do carro e saiu levando de embrulho um mecânico de Ernesto Viso da KV – que deu uma de ninja – e os pneus do carro do venezuelano, que forma parar longe.

Na relargada Dario Franchitti manteve tranqüilo a liderança e sem o “incomodo” de Marco Andretti no cangote, a segunda posição ficava com Graham Rahal, o que não era ruim, já que Rahal é piloto da equipe “B” da Chip Ganassi Racing e certamente não cometeria nenhuma loucura para tentar vencer. Scott Dixon, Carpenter, Hunter-Reay e Servià formavam o pelotão dos cinco primeiros.

Era o ultimo terço de corrida Bia andava em forte ritmo. Já recuperara as duas voltas perdidas por conta do “encontro” com Will Power e já estava na 14ª colocação. Mas na volta de numero 165 seu carro escapou inexplicavelmente de traseira e bateu forte no muro. “A gente estava bem, em um ritmo bom, brigando por posições. O carro Ipiranga Racing estava muito bom, estávamos virando no mesmo tempo dos líderes, e eu vinha tentando ultrapassar o Takuma Sato. Mas quando entrei na curva 3, o carro escapou de traseira e dei no muro. Ainda não sabemos o que me fez bater, mas vamos apurar assim que chegarmos de volta a Indianápolis”, comentou Bia Figueiredo, que não sofreu ferimentos com a batida.

Nova bandeira amarela e com a prova chegando ao final a expectativa é de que os lideres entrassem nos pits para garantir ir até o final, com um “splash and go” de combustível. Graham Rahal entrou rapidamente, mas virou o “bobinho” da história, já que ninguém mais entre os ponteiros parou...

Faltando apenas vinte e uma voltas para a bandeira quadriculada tremular, foi autorizada a relargada, com Franchitti senhor das ações e seu companheiro de equipe Dixon de escudeiro. Todavia Ed Carpenter e Ryan Hunter-Reay haviam “economizado” carro para as voltas finais e ambos acabaram superando Dixon.

As ultimas onze voltas de corrida foram, literalmente, de tirar o fôlego. Sem tirar o pé do fundo do acelerador, Dario Franchitti e Ed Carpenter passar a percorrer o traçado oval de uma milha e meia lado a lado, com os carros extremamente próximos no contorno das velozes curvas em relevê e dando a sensação de que um acidente poderia acontecer a qualquer instante.

O desempenho dos carros era idêntico, mas Franchitti tinha como “vantagem” a possibilidade de dispor de mais utilizações do botão “push to pass” que Carpenter. Carpenter não conseguia superar Dario, que por sua vez, não conseguia se livrar de "Special Ed", como é conhecido no meio o piloto da Sarah Fischer Racing.

A estratégia do norte-americano foi melhor, pois na volta final Carpenter ainda tinha um “push” à disposição e Franchitti mais nenhum. Gastara todos tentando manter a posição nas velozes voltas anteriores...

Carpenter contornou a ultima curva, apontou na reta final e apertou o botãozinho e, com a certeza da vitória, cerrou os punhos, comemorando muito e antes mesmo da linha de chegada!

“É uma sensação muito melhor do que eu pensei que ia sentir. Dario disputou comigo duro e de forma limpa. Eu sabia que tínhamos um carro melhor do que ele para o segundo ou terceiro stint da corrida. Comecei o duelo com Dario porque estávamos mais rápidos, mas não tinha certeza de ter combustível suficiente para ir até o fim. Acho que foi somente com nove voltas para o final que soube que poderia vencê-lo. Eu tive de economizar a utilização do push to pass e a equipe me avisou que somente poderia usar nas cinco ultimas voltas. Eles fizeram um excelente trabalho e tudo deu certo”, explicou Carpenter.

Dario Franchitti também parecia satisfeito ao final do dia. Afinal, para que estava “nas trevas” e fadado a ver Will Power ampliar a vantagem na liderança, ou até mesmo sair de Kentucky como campeão da temporada, os pontos da segunda colocação foram providenciais – ainda mais porque Power não pontuou -, fazendo com que se invertesse a ponta da tabela de pontos, agora com Dario 18 pontos na frente de Will Power. Com 50 pontos em jogo e muitas variações matemática à sua disposição, Dario Franchitti vai para a etapa final em Las Vegas (16/10) como favorito ao titulo de 2011.



Uma ultima curiosidade da Kentucky Indy 300: Foi a prova de estréia do britânico Dillon Battistini, que ocupou o cockpit “rentall” da equipe Conquest. Com retrospecto pífio de carreira e apenas algumas participações anteriores na Indy Light, o piloto de 33 anos de idade não agüentou o rojão e “pediu pra sair”, extenuado, na volta 124...
Deve ser infinitamente melhor que o colombiano Sebastian Saavedra – que fez sua carreira no kart no Brasil -, que comandou o carro nas quatorze primeiras etapas do ano, ou que o brasileiro João Paulo de Oliveira, que pilotou para a equipe em Motegi, no Japão.

 

*Não deixe de conferir abaixo dos resultados o grafico interativo e o video com os melhores momentos da corrida de Kentucky!

 

Confira o resultado da IZOD IndyCar Series Kentucky Indy 300:

1. (4) Ed Carpenter, Dallara-Honda, 200, Running
2. (11) Dario Franchitti, Dallara-Honda, 200, Running
3. (7) Scott Dixon, Dallara-Honda, 200, Running
4. (3) James Hinchcliffe, Dallara-Honda, 200, Running
5. (8) Ryan Hunter-Reay, Dallara-Honda, 200, Running
6. (9) Oriol Servia, Dallara-Honda, 200, Running
7. (15) Wade Cunningham, Dallara-Honda, 200, Running
8. (18) Ryan Briscoe, Dallara-Honda, 200, Running
9. (17) Buddy Rice, Dallara-Honda, 200, Running
10. (14) Danica Patrick, Dallara-Honda, 200, Running
11. (26) Townsend Bell, Dallara-Honda, 200, Running
12. (2) Graham Rahal, Dallara-Honda, 200, Running
13. (10) Charlie Kimball, Dallara-Honda, 200, Running
14. (28) Dan Wheldon, Dallara-Honda, 200, Running
15. (22) Takuma Sato, Dallara-Honda, 200, Running
16. (21) Vitor Meira, Dallara-Honda, 200, Running
17. (19) Tony Kanaan, Dallara-Honda, 200, Running
18. (12) Mike Conway, Dallara-Honda, 200, Running
19. (1) Will Power, Dallara-Honda, 200, Running
20. (5) JR Hildebrand, Dallara-Honda, 199, Running
21. (27) James Jakes, Dallara-Honda, 198, Running
22. (29) Pippa Mann, Dallara-Honda, 197, Running
23. (23) EJ Viso, Dallara-Honda, 192, Running
24. (20) Ana Beatriz, Dallara-Honda, 165, Contact
25. (13) Simona de Silvestro, Dallara-Honda, 141, Mechanical
26. (24) Alex Lloyd, Dallara-Honda, 140, Contact
27. (6) Marco Andretti, Dallara-Honda, 140, Contact
28. (25) Dillon Battistini, Dallara-Honda, 124, Driver Fatigue
29. (16) Helio Castroneves, Dallara-Honda, 34, Mechanical

Estatisticas da Prova:

Velocidade media dos lideres: 174.039 milhas
Tempo de Prova: 01h42m02s7825
Diferença para o segundo: 0.0098 segundo
Bandeiras amarelas: 3 por 32 voltas
Lideres: 7 mudanças com 4 pilotos diferentes
Lideres: Power 1 – 48, Hildebrand 49, Franchitti 50 – 187, Carpenter 188, Franchitti 189-190, Carpenter 191-192, Franchitti 193-195, Carpenter 196-200.

Confira a pontuação do campeonato:

1.- Dario Franchitti, com 573 pontos
2.- Will Power,555
3.- Scott Dixon, 518
4.- Oriol Servia, 425
5.- Tony Kanaan, 366
6.- Ryan Briscoe, 364
7.- Ryan Hunter-Reay, 347
8.- Marco Andretti, 337
9.- Graham Rahal, 320
10.- Danica Patrick, 314

Dentro da Pista em Gráfico:

 

2011 Kentucky Indy 300 Highlights:

Última atualização ( Seg, 03 de Outubro de 2011 15:42 )  

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