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Internacional – A IndyCar tem um problema sério que se chama Brian Barnhart

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Quem tem acompanhado atentamente a IZOD IndyCar Series na temporada 2011 tem notado que o diretor de provas Brian Barnhart parece estar se espelhando nos Comissários Desportivos do Brasil, já que decisões polemicas e falta de critérios na tomada das mesmas tem se tornado lugar comum.

Ao final da décima quinta etapa da IndyCar, realizada no ultimo final de semana em Motegi, no Japão, o brasileiro Helio Castroneves recebeu com surpresa outra punição desproporcional (bem ao estilo do que já ocorrera em Edmonton, quando Castroneves foi desclassificado ao final da corrida que vencera), que lhe jogou da sétima para a 22ª posição final da prova.

Sempre ponderado e “politicamente correto” em suas declarações, Helinho finalmente se insurge contra as decisões arbitrarias da direção de provas, que demonstram patentemente a intenção de perseguir o piloto ribeirãopretano, já que suas punições são sempre mais “pesadas” que aos demais concorrentes, aos quais muitas vezes “fecha o olho” em eventuais erros e simplesmente finge que não viu...

No Brasil, principalmente no kart onde, entre outros, reina uma dupla que é conhecida pelos pilotos como “Oliver e Hardy”, em alusão aos cômicos “o Gordo e o Magro” por seus aspectos físico e renitente patacoadas sem critérios que utilizam em suas decisões, a situação é idêntica. Só que não é em uma categoria top internacional como a de Barnhardt.

O inconformismo de Helio Castroneves não é isolado (como por aqui) e demonstra isso com clareza em sua coluna publicada no jornal Metro, que aqui reproduzimos. Vale à pena conferir:

 

A IndyCar tem um problema sério que se chama Brian Barnhart

Olá, amigos! Depois de uma semana pra lá de agitada e da etapa da IndyCar no Japão, já estou em casa, aqui em Fort Lauderdale, e quero contar o motivo da minha revolta pela punição sofrida em Motegi. Sempre procurei me conter, mesmo após aquele escândalo que foi Edmonton no ano passado, conduzindo as situações de forma diplomática. Mas, dessa vez, chega. Quero falar abertamente sobre o que está acontecendo.

Eu adoro a IndyCar e, realmente, tenho enorme orgulho de participar de algo tão grandioso como o IZOD IndyCar Series. A Indy Racing League criou a categoria com muito carinho e vem conduzindo da melhor maneira possível, com o máximo de profissionalismo e dedicação. Todas as pessoas envolvidas são muito comprometidas com o sucesso do campeonato. Digo isso com toda tranqüilidade e com o conhecimento de quem freqüenta o certame desde 2001.

Mas há um problema que precisa ser resolvido urgentemente. Ele tem nome e sobrenome: Brian Barnhart, o diretor de provas. É a autoridade máxima que conduz tudo o que acontece na pista, examina a adoção do regulamento e aplica punições a pilotos e equipes. Reconheço que já fez muito pela categoria, mas definitivamente ele perdeu a mão da coisa.

Não é possível aceitar as decisões de um diretor de prova que é inconsistente, que aplica punições diferentes para situações idênticas, que é condescendente com alguns e muito duro com outros. Não vou deixar de repetir que, na minha vitória legítima em Edmonton, ele me desclassificou por considerar errada a minha defesa de posição. Só que na mesma corrida, em diversas ocasiões, outros pilotos fizeram a mesma coisa e sequer foram advertidos. Isso para citar um único exemplo.

Em Motegi, aconteceu a mesma coisa. A começar pela incapacidade de promover uma largada lado a lado. As autoridades desportivas da Nascar e F1 conseguem fazer isso. Por que nós da IndyCar não conseguimos? Essa pergunta já foi feita para o Brian Barnhart e ele não tem resposta simplesmente porque não aplica a regra como deveria. Só o faz de acordo com as conveniências do momento.

A minha escapada na primeira curva foi justamente por causa disso. Como ele autorizou a largada sem que todos os carros estivessem alinhados, é claro que o pessoal de trás veio mais rápido e embolou todo mundo na primeira curva. Precisei jogar o carro na área de escape para não bater na traseira do meu companheiro de equipe, Ryan Briscoe, que tinha jogado o carro dele para a parte externa justamente para fugir de uma batida com alguém que tinha vindo embalado de trás.

Eu fui punido por ter passado o J. R. Hildebrand em bandeira amarela na última volta. Realmente, fiz isso e em nenhum momento questionei a direção de prova em agir sobre essa questão. Acontece que eu estava executando a ultrapassagem quando apareceu a bandeira amarela. Eu não tinha como tirar o pé naquele momento e completei a ultrapassagem. Como sabia que se tratava de uma manobra errada, tentei devolver a posição ainda no complemento daquela última volta, mas o Dario Franchitti já tinha embutido na traseira dele e eu perderia duas posições se devolvesse a primeira.

Como já havia acontecido antes com outros pilotos, tinha certeza de que minha posição final da pista não seria homologada, mas sim aquela que ocupava antes da manobra. Estava tranquilo pois, além de esperar ser chamado e ter oportunidade de me explicar, deixaria de ser o 7º para ser classificado em 8º. Calculem vocês a minha surpresa ao não ter sido ouvido e, pior, ser jogado para a 22ª posição. Agora, eu pergunto: Por que o diretor de provas age assim com o Castroneves e de forma diferente com outros pilotos?

É isso aí, amigos. Desculpem-me pelo desabafo, mas uma categoria tão profissional como a IndyCar não pode se ver às voltas com decisões tão inconsistentes e amadoras de um diretor de provas. Não estou pedindo para a IRL demitir o Brian Barnhart, nada disso. Mas uma coisa precisa ser feita. Ou ele muda os seus conceitos ou a entidade tem de trocar o profissional da área. Até a próxima semana e entrem em contato: www.twitter.com/h3lio e Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .



Helio Castroneves
(Coluna publicada originalmente na edição de 20.09.2011 do Jornal Metro)

Última atualização ( Qua, 21 de Setembro de 2011 07:10 )  

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