O piloto não deu trégua à seus concorrentes, e deu um verdadeiro show de pilotagem

Quem foi ao Autódromo Ayrton Senna de Londrina neste domingo último, pode ver de perto uma das mais disputadas provas que esse circuito já presenciou, valida pela segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Spyder Race. De forma singular, o piloto Fernando Fortes #21 (Crestana & Crestana/ Rocell/ Constructiva/ HIS) conduziu seu protótipo com maestria pelas retas e curvas da pista, disputando cada posição de forma incansável, e vivendo todas as situações possíveis e imagináveis em uma competição automobilistica.

Primeiro ato: Os treinos livres

Já no início dos trabalhos, na sexta-feira, Fortes trabalhava em conjunto com a equipe para melhorar seu equipamento. "A intenção da equipe é sempre ver seus pilotos andando na frente, e para isso trabalhamos duro desde o início", disse Doninha, chefe de equipe de Fortes. O trabalho começou a dar resultado ainda na sexta-feira. "Fomos melhorando gradativamente, e o Fortes foi correspondendo", completou Doninha.

Segundo ato: A classificação

Já no sábado, os treinos livres tinham Fortes na disputa pela terceira e quarta posição. "No último treino livre, eu tinha apenas a sexta posição entre os pilotos, mas sentíamos que o caminho estava traçado, era questão de tempo para andarmos rápido". Dito e feito! Fortes foi para o treino classificatório e conquistou a segunda posição do grid: "Nossa, foi a recompensa por todo o trabalho", completou o piloto.

Terceiro ato: A prova

O sol forte e o calor excessivo preocupava a pilotos e equipes. "Eu e o Peró conversamos muito sobre a melhor estratégia para uma boa prova. Achamos que se conseguissemos manter as posições até a intervenção do Safety Car, poderíamos então disputar a ponta um contra o outro. A intenção era preservar ao máximo os equipamentos, mas veio a largada e tudo mudou. Não consegui uma boa largada, e no final da reta fui praticamente "espremido", tive que tirar o pé para não bater logo na primeira curva". disse Fortes. O piloto surgiu na reta oposta ocupando a quarta posição.

"Senti que estava bem, e que tinha condições de brigar pelas posições novamente, tinha muita prova pela frente", brincou o piloto. Com 4 voltas, Fortes já pressionava Raijan Mascarello, que nesse momento ocupava a terceira posição. "Fiz o "S" da caixa d'agua já pensando na freada no mergulho, e o Raijan defendeu, então consegui contornar o mergulho muito próximo dele (Raijan), fizemos o contorno da entrada do box, eu enfiado debaixo do câmbio dele, e quando fomos para a vitória, ele deixou o carro dar uma escorregada, e eu tratei de ultrapassá-lo por dentro. Quando achei que tinha resolvido a ultrapassagem, já senti o toque e rodei, ainda na curva da vitória". O piloto manobrou seu carro com maestria, apidamente engatou e saiu acelerando. "Parei de frente pra reta, isso facilitou bem", brinca Fortes. Começa a recuperação mais uma vez, já que com a rodada, ele cai para a oitava posição. "Comecei novamente o trabalho de aproximação, um a um fui buscando. Tive duas situações que eu cheguei no final da reta oposta por fora, e pensei "ah, vai por aqui mesmo", eu queria chegar logo nos ponteiros".

Fortes foi reconquistando uma a uma as posições, e na intervenção do Safety, já ocupava novamente a quarta posição. Quando da relargada, o piloto se manteve próximo de Marote, mas vendo Fábio e Raijan se distanciarem. "Passei as voltas do Safety calculando como eu iria trabalhar na segunda parte da corrida, eu sentia que tinha condições, quando recomeçou a prova eu sabia que não seria tarefa fácil", e não foi mesmo.

Com apenas 3 voltas para o término da prova, Fortes consegue ultrapassar seu concorrente e já é o terceiro. "Quando passei pelo posto fiscal e vi a placa de duas voltas pensei "poxa, é difícil mas não é impossível" e comecei a remada final". O piloto consegue se aproximar de Raijan, que nesse momento ocupava a segunda posição da prova. "Quando me aproximei do Raijan, encontramos retardatários, e bem na retinha de entrada do box, ele perdeu tempo e eu cheguei de vez, e na negociação com o retardatário eu me dei melhor, consegui por de lado e ultrapassá-lo". Os dois pilotos passam muito próximos um do outro para abrir a última volta. "Eu fiquei com o Raijan na minha sombra, e não tive sossego até cruzar a linha de chegada", disse Fortes.

Ao final, a recompensa por todo o esforço: "Eu estou muito satisfeito com o trabalho da equipe, e com o meu desempenho, saiu tudo melhor do que a encomenda. Eu queria mesmo era vencer, mas fiquei feliz pelo Peró, e principalmente comigo, agora é pensar na próxima. Terei em um final de semana o Brasileiro de Spyder e no final de semana seguinte a etapa da Copa Chevrolet Montana, as duas competições no MS, vai ser bacana, vamos "morar em Campo grande por uns tempos", brincou o piloto.


Anselmo Branco